Bruno Jarvorski

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A Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares (EMDR, na sigla em inglês) é considerada como uma abordagem eficaz para clientes com histórico de trauma e foram diagnosticados com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

No entanto, ao longo dos anos, essa terapia tem se ampliado para incluir o tratamento de outras patologias, como transtornos alimentares, abuso de substâncias, depressão e luto crônico, transtorno do pânico, dores crônicas, transtornos dissociativos e outros distúrbios associadas a algum componente traumático.

Como o EMDR funciona?
Tentamos compreender, em nível cerebral, como o EMDR funciona, o porquê de ser tão eficaz no tratamento de traumas. Ao investigar a complexidade do mecanismo cerebral subjacente ao EMDR, consideramos algumas hipóteses que nos auxiliam a entender esse processo. Uma leitura focaliza três conjuntos distintos de descobertas empíricas sobre a mente:

1. Vários estudos indicam que a imaginação mental desempenha um papel central na memória. A perda da capacidade de formar imagens mentais resulta na perda ou diminuição da memória. Além disso, foi observado que as áreas relevantes do córtex sensorial e sistema límbico são reativadas quando relembramos uma experiência.

2. A memória é um processo construtivo dinâmico: relembrar um evento vivido não significa apenas acessar a memória estática, mas sim reconstruir ativamente uma recordação. Portanto, recordar uma memória não é como retirá-la de uma caixa e, depois de terminar, colocá-la de volta. O ato de recordar pode alterar a própria essência da memória, o que nem sempre ocorre com uma memória traumática, que se torna repetitiva, sinalizando algum problema de funcionamento e armazenamento do cérebro (sistema de processamento de informações). Em resumo, relembrar um evento pode modificar a maneira como ele é codificado. No EMDR ajudamos o cérebro a retomar essa capacidade de atualizar recordações, comprometida por vivências traumáticas.

3. Por fim, existem várias evidências sobre o papel dos movimentos oculares em relação às imagens mentais e à intensidade das emoções. O movimento dos olhos durante a visualização recria a percepção da mesma cena visual. Ao visualizar uma cena, nossos movimentos oculares espontâneos refletem o conteúdo visual daquela cena, enquanto ativam o sistema nervoso autônomo parassimpático, de relaxamento.

Ao combinarmos esses três argumentos, podemos ter um modelo básico de como o EMDR funciona. Quando um indivíduo se recorda de um evento traumático e, em seguida, movimenta os olhos com auxílio do terapeuta, isso diminui a nitidez da imagem mental e das emoções associadas a essa imagem mental. Como o ato de recordar um evento já modifica a representação da memória, quando essa memória é re-codificada, o cérebro consegue armazená-la de forma menos intensa, mais adaptativa às circunstâncias do adulto de hoje, em vez do registro inicial da criança vulnerável do passado.

O que acontece em uma sessão de EMDR?
Muitas pessoas se perguntam o que realmente acontece em uma sessão típica de EMDR. O tratamento é composto por oito fases. A primeira delas concentra-se em fazer um histórico detalhado do cliente, seguida de uma etapa de preparação para o reprocessamento. Nas fases de reprocessamento, o cliente se concentra em uma memória perturbadora e identifica a crença que ele tem sobre si mesmo em relação a essa memória negativa (por exemplo, ao lidar com uma violência sexual, a pessoa pode concluir: “Eu sou suja” ou “no fundo sou culpada pelo que houve”).

O terapeuta ajuda o cliente a formular uma crença positiva que gostaria de ter sobre si mesmo (“Faço o melhor que posso”). As sensações físicas e emoções que acompanham a memória são identificadas.

O indivíduo acessa a memória enquanto se concentra em um estímulo bilateral. Essa estimulação bilateral normalmente é feita observando o terapeuta movendo os dedos diante dos olhos do cliente, mas pode combinar estímulos táteis e auditivos.

Após cada conjunto de movimentos bilaterais, conferimos o que chega à consciência do cliente, que por vezes pode acessar outras associações de sua rede de memórias. Esse processo continua até que a memória deixa de ser perturbadora, ressignificada pelo sistema de processamento de informações que todos temos, mas comprometido por vivências traumáticas.

O indivíduo processa o trauma com esse sistema de aprendizagem do Processamento Adaptativo de Informações (PAI) do cérebro, o que possibilita ressignificar a recordação tanto em termos linguísticos, quanto emocionais e físicos, integrando-a as redes de memória mais atuais orientadas para o presente, em vez de fixadas no passado.

A crença positiva escolhida é então instalada para consolidar as mudanças no autoconceito, bem como a verificação de ausência de perturbação física, quando o paciente tenta acessar a memória agora reprocessada.

Para cada paciente procedemos a uma conceitualização do caso e a um plano de tratamento, que são discutidos em uma aliança terapêutica colaborativa. O paciente participa de todo o processo de tratamento.

Durante esse procedimento, os clientes tendem a “processar” a memória de uma forma que leva a uma resolução mais adaptativa. O adulto de hoje dispõe de ferramentas que a criança do passado não havia aprendido, e o trauma impede o acesso: “Eu sei que posso, mas não consigo”.

O reprocessamento bem sucedido geralmente resulta em um maior entendimento sobre eventos perturbadores anteriores e pensamentos negativos de longa data sobre si mesmo que surgiram a partir do evento traumático original.

Por exemplo, uma vítima de agressão pode chegar à conclusão de que não foi culpada pelo que aconteceu, de que agora se encontra verdadeiramente em segurança, que o evento perturbador ficou no passado e, como resultado, pode recuperar uma sensação geral de confiança em si mesma.

FONT: Espaço da mente

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